sexta-feira, 2 de março de 2012

Nova Idade da pedra

A “Idade da Pedra” não acabou por falta de pedra, acabou porque se iniciou outra com o advento da tecnologia dos metais. Assim a idade do petróleo não terminará pela falta de petróleo, o que em todo o caso ajudará muito. Iremos usar intensivamente o petróleo, bem para lá do que o bom senso aconselha. Quando a quantidade remanescente (do que é tecnicamente passível de ser extraído) deixar de ter um preço compatível com o uso generalizado, passará a ser utilizado nas aplicações que não tendo encontrado alternativas comercialmente viáveis, gerarem apesar do alto preço algum interesse, como seja a aviação. Nessa altura a humanidade encetará o consumo em grande escala de outro ou outros recursos, também eles escassos com certeza, e com danos ambientais associados, pois.
                A “Idade do Petróleo” está a dar a vez a uma outra que poderá vir a chamar-se a da “Energia Eléctrica Acumulada”, ou “Idade das Pilhas”, ou outra coisa que nem imagino.
                A fase de transição já foi iniciada e, em parte, os problemas visíveis das principais economias devem-se a isso. Estamos a deixar de poder usar a superdesenvolvida tecnologia do petróleo-sem-restrições, e ainda não dominamos bem uma outra tecnologia que a substitua. Obtemos por isso menos rendimento por cada unidade de recurso gasto e isso repercute-se nas nossas carteiras.
                As novas potências emergentes terão que emergir de águas turvas para uma atmosfera pesada. O percurso feito ao longo do Séc. XX pelos EUA, pela velha Europa e pelo Japão é irrepetível; foram abertas gavetas que deveriam ter permanecido fechadas, escancaradas portas e emparedadas outras, rasgou-se caminhos por todo o lado e criou-se zonas onde jamais alguém quererá ir, foram extintas espécies, encheu-se de sucata a órbita terrestre, delapidaram-se recursos herdados da fundação da galáxia, etc.
                O mundo não acaba aqui, mas que estamos a assistir ao fim do mundo tal como o conhecemos, estamos! Perdida a inocência, está perdida a possibilidade de se voltar a ter a sensação do acto em que se perdeu a dita. Isto está muito bem descrito na Bíblia, outra coisa que não poderá voltar a ser feita – foi Escrita, pronto.
                A história dá-nos informações muito detalhadas sobre um período de vários milhares de anos, alguma coisa havemos de aproveitar disso. Querer recuperar as décadas passadas é uma pura ilusão, assim como, imaginar esses tempos a serem vividos a partir de agora, na África, na Ásia, na América do sul, na China ou na Rússia, só por ingenuidade.
                O que eu vejo nos círculos mais próximos é uma humanidade que desbaratou recursos, estragou o ambiente, abandonou a religião, e que quer voltar aos tempos em que se dedicou a isso tudo. Deus tenha piedade.

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