segunda-feira, 9 de maio de 2011

Espera


Não deixei que nascesses sem ver como o fazes.
Esperei de pé, encostado a uma coluna do alpendre
e quando não havia dúvidas que eras um facto consumado
duvidei de ti, revi o escuro que permanece em boa parte do céu,
dou-me por vencido. Tens muita pressa!
Devoras grau a grau o arco em que habitas,
queimas tudo e logo anoiteces; apagas-me os passos.
Lá virás que eu já não veja, não o temo.
Temo sim, que a ver, não venhas tu apressado
e eu me dissolva na noite.

JMP

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